Um “feat” com Pitágoras e Jorge Amado.
Ao pé da letra
Aproveitei um daqueles “tbt” para falar sobre uma ideia que surgiu a de uma conversa com o espirituoso Fernando Finamore, nos tempos de 2DLab.
A ideia ficou “engavetada” por anos. Uma hora vira tirinha!
É complexo…
Uma parceria com o Edigley Alexandre, criador do @camisetasdeexatas.
Zero zero zero
Ainda durante a pandemia, li a edição comemorativa de 30 anos de Os Goonies (tempos depois acabei revendo o filme na Netflix).
Eu lembrava muito pouco da história e arrisco até a dizer que nunca vi o filme na íntegra (durante minha infância/juventude). O fato é que, em dada parte da trama, o personagem Bocão resolve tirar um sarro com as engenhocas do garoto chamado Dado:
“… Bocão colocou o braço em torno do ombro dele e disse: ‘Calma, zero-zero-à-esquerda.’ Mas ele disse isso numa boa.”
Fiquei com essa ideia na cabeça e, é claro, precisei fazer um cartum (tomei a liberdade de acrescentar mais um zero… à esquerda rs).
2D no 3D
Mais um “blenderismo”. Desta vez investigando look 2D dentro do 3D.

Primeiro Bargue completo (eu acho)
Decidido a estudar o “Drawing Course”, de Charles Bargue e Jean-Léon Gérôme, comecei o exercício de copiar as primeiras pranchas do livro. As quatro primeiras apresentam partes do rosto humano (olhos, nariz e boca, orelha) e alguns perfis simplificados. A cada nova prancha é apresentado um item “novo” para o trabalho. Nas pranchas 1 e 2, tudo é feito usando apenas linhas. Na prancha 3 já temos o uso de um tom para a sombra e na prancha 4 é apresentado uma proposta de “rendering”. Finalmente a partir da prancha 5 tem-se a gradação didática de como o trabalho deve ser feito. E também de forma gradativa o corpo humano é apresentado para ser estudado, começando com o pé.
Comecei com a prancha 1, com várias vistas do olho humano. Também estou treinando usar carvão, um material que nunca trabalhei. Reservei então alguns desenhos para treinar os dois materiais (grafite e carvão). A partir das orientações que tive seguindo os vídeos iniciais do canal The Da Vinci Iniciative, copiei os 12 desenhos para um papel de formato A3. A diferença entre o grupo dos 6 desenhos a lápis e os outros a carvão (além do material, é claro) é que nos desenhos a lápis procurei usar apenas linhas retas (mesmo para as linhas curvas, reduzia essas linhas para segmentos retos), ao passo que nos desenhos a carvão, embora no traçado inicial eu tenha empregado linhas retas, ao usar o carvão, busquei recriar o traço curvo presente nos desenhos originais.

Pulando a sequência (de propósito), parti para a prancha 5 (mas voltarei às outras, com certeza) e busquei fazer o trabalho completo, isto é, as etapas de “block-in” e “rendering”. Esta última diz respeito ao sombreado, desafio que ainda vai me tomar bastante tempo para aperfeiçoar (o block-in também, estejam certos disso rs).




A intenção dessas postagens é poder olhar pra trás e ver o percurso desses estudos. É a primeira vez que me proponho encarar o desenho com esta abordagem, mais aprofundada ou seguindo orientações que deram certo para muita gente e q, por diversos motivos, não chegam a todos.
“Cão”derno de desenho

O tempo…
Neste experimento, brinco um pouco com o Blender para gerar texturas e depois “diagramá-las” no Photoshop. Gosto muito da transição do efeito “noise” criado no programa de 3D. Algo que não consigo obter em outro programa de forma tão fácil (ou que me agrade).

Blenderismos
Gosto bastante de 3D e tentei seguir carreira na área. Estudei, fiz especialização, arranjei emprego, mas não fui adiante. Trabalhei com 3DMax, Maya, Softimage. Todos programas pagos. Então conheci o Blender e retomei o ânimo. Além de ferramenta muito profissional, o programa é gratuito e respeitado. Valeu voltar a estudar.
Vou postar alguns estudos, experiências, investigações sob o título de blenderismos. Vamos lá.
Pra começar, uma brincadeira envolvendo partículas: um mundo feito a partir de clips de papel coloridos.

O primeiro “block-in” a gente nunca esquece
Antes que a gente pense que se trata de um bloqueio em redes sociais, o termo “block-in” refere-se a uma etapa no desenho (e também em outras expressões visuais) em que se estabelecem as linhas gerais do trabalho e que serão melhor detalhadas em etapas posteriores.
Conheci recentemente um livro chamado Drawing Course, de Charles Bargue e Jean-Leon Gérome. Trata-se de uma publicação que reúne quase 200 imagens (originalmente litogravuras) que fizeram parte de um curso desenvolvido e divulgado no final do século XIX. Até então eu nunca ouvira falar deles e vi que algumas escolas que acompanho em redes sociais falam sobre eles e usam o método para ensinar figura humana numa abordagem acadêmica.

Nem vou entrar no mérito da necessidade do ensino ou não do desenho acadêmico pois isso dá muito pano pra manga, com defensores e pessoas contrárias a esse pensamento. O fato é que me agrada e acho necessário para o meu momento. Boa parte do método reside na cópia de pranchas prontas, buscando desenvolver habilidades principalmente no que diz respeito a desenhar o que se vê e não que se sabe. Outro livro que li durante a pandemia foi Desenhando com o lado direito do cérebro, de Betty Edwards, um clássico da literatura voltada ao ensino do desenho. A autora também trabalha a ideia de desenhar a partir do que nossos olhos estão vendo, e não a partir do nosso conjunto de símbolos reunidos ao longo da vida.
Tanto em um livro quanto no outro, o fato é que desenhar é uma atividade que pode ser aprendida e desenvolvida… por qualquer um. É fácil? Ninguém disse isso. Ainda mais em um momento nosso em que a busca por resultados em intervalos cada vez menores virou padrão. Desenhar (e tantas outras atividades) requer tempo e paciência (estas palavras estão na introdução do livro de Bargues e Gerome).
A conversa rende muito e bastante gente já se debruçou sobre o assunto, com mais propriedade do que eu. Aqui, quero apenas registrar os momentos desta etapa na minha vida. Um momento em que me vejo tendo a necessidade de puxar o freio de mão e ter mais foco no estudo, não me influenciando, não me distraindo ou mesmo não me comparando com o trabalho e caminho dos outros.
Nesta empreitada, descobri um canal chamado The Da Vinci Iniciative que traz uma série de vídeos mostrando como realizar um exercício baseado nas pranchas do curso de Bargues e Gerome, desde a etapa de block-in até o rendering (sobre esta etapa falaremos no futuro). Tudo em tempo real (sem edição ou timelapse). Recomendo para quem está interessado em conhecer e se permitir experimentar o método.


