
Já faz um bom tempo q eu queria fazer algo do tipo, mas ou achava arriscado falar sobre o tema ou faltava vontade mesmo.
Não vivo de desenho, mas passo boa parte do meu tempo envolvido com essa atividade. Daí o título desta “série”. Com certeza o assunto pode ter vários desdobramentos, com aprofundamentos. Não é o meu objetivo. Reuni 5 dicas q procuro fazer com regularidade. A lista não é hierárquica, nenhuma dica é melhor ou mais importante q a outra. Talvez sirva para vc ou para alguém q vc conheça e esteja precisando de uma “forcinha”.
Dica 1 – Tenha sempre um caderno à mão
Você pode ter hora certa para treinar o desenho, mas certamente um insight, uma ideia, um “estalo” não vão esperar vc estar com o melhor material, no local local adequado, com o tempo voltado para isso. Tenho ideias vendo TV, dirigindo ou no banco do carona, ouvindo uma conversa entre colegas, dormindo. Acredite, elas virão sem pedir licença ou cerimônia, atropelando seu almoço ou qq outra coisa. Também elementos da paisagem, coisas q vc vê na rua, pessoas, animais vão chamar sua atenção e se vc não estiver preparado para registrar isso tudo, uma hora ou vc vai esquecer ou vai perder os detalhes. Andar com um bloco (e lápis ou caneta, é claro) à mão ajuda a registrar essas ou outras coisas q despertem seu interesse. Tenha mais de um caderno, de tamanhos variados. Alguns vc poderá levar no bolso, outros poderão ocupar sua bolsa ou mochila ou ainda ficar em cômodos da sala, mas acostume-se a ter um caderno próximo a vc.
Dica 2 – Goste do seu traço
Sobre a dica número 1 vc já deve ter ouvido, visto ou lido coisas a respeito. Mas eu não me recordo de ter ouvido coisas similares ao q vou comentar agora (devem existir, mas eu nunca achei). Gostar do próprio traço é uma jornada para a vida. Alguns dias vc vai achar lindo o q está desenhando. Noutros, vai rasgar tudo e nada vai lhe agradar. Vai desejar desenhar como aquele seu ídolo e se frustará pq vc não é ele (e nunca será, acredite). Ainda em outros dias terá um pouco de “paz interior”, pq sabe q o seu traço é único (e é, acredite). Oscilaremos entre bons períodos e outros não tão legais, mas é assim mesmo. Estamos todos aprendendo. Nosso olhar muda, nosso gesto muda, nosso traço também. Aprendamos a gostar de cada uma dessas etapas. Uma coisa q me ajuda muito é o distanciamento. Quando vc tiver mais de um caderno preenchido (olha a dica 1 aí fazendo sentido!), poderá comprovar o q estou falando. Ao folhear meus blocos antigos, admiro os progressos, as soluções q encontro, o qto já caminhei. Pode também rolar aquela sensação de quando se olha foto antiga: q cabelo horrível! como engordei! como podia usar esse tipo de roupa! ufa! estou bem melhor agora. Tudo faz parte.
Dica 3 – Pesquise suas referências
Existe uma frase atribuída a Isaac Newton: Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes. Nosso trabalho sempre terá alguma influência de quem já viveu antes ou tem mais experiência do que a gente. Pesquisar, estudar, compreender a obra dos nossos ídolos ou referências nos ajuda a sermos nós mesmos, mas lembre-se, nada de se comparar ou querer ser um “segundo fulano ou fulana de tal”.
Como comecei com uma frase, tentei verificar a veracidade de uma outra, desta vez dita por um dos Beatles, porém não achei a fonte, mas o texto era mais ou menos assim: quanto mais copiei (copiamos?) Elvis Presley, mais me tornei John Lennon (nos tornamos Beatles).
Dica 4 – Pratique um pouco diariamente
Tá certo, essa aqui é o calcanhar de aquiles. Eu pratico desenho TODO DIA? Não, não dá. Cotidiano, imprevistos, preguiça mesmo, tudo entra no pacote para deixar para o dia seguinte. Recentemente li em um livro q bastariam apenas 15 minutos (no caderno sempre à mão, claro) diariamente para a gente treinar. Veja só, 15 minutos. Quanto tempo a gente passa em redes sociais, por exemplo? Dá uma olhadinha no aplicativo q tem no seu celular q faz isso pra vc e pense a respeito.
Dizem (outra frase q a gente ouve e meio q passa sem comprovar a veracidade, mas tentei também, sem sucesso) q um famoso violonista teria dito: quando não pratico (violão) por um dia, eu sinto a diferença; quando não pratico por dois dias, meu público nota a diferença. Se isso foi dito ou não, particularmente pouco me importa. O fato é q o exercício constante e perseverante é fundamental no desenho (e não apenas nele).
Dica 5 – Treine o desenho de observação
Pra fechar. A menos q vc tenha uma mente prodigiosa, fotográfica, como se diz, desenhar de memória é pra poucos. Ou para aqueles q já praticaram muuuuuito. Na hora de desenhar isto ou aquilo, pegue uma ou mais referências fotográficas sobre o tema, estude, compreenda, decomponha, risque e rabisque. Mais tarde isso ficará na sua cabeça e aí, sim, vc poderá desenhar… de memória.
Fico por aqui. Mais uma vez peço perdão por citar frases sem comprovar a veracidade, mas fiquemos com o conteúdo delas. E agora é só por em prática.