Contando a mesma piada de formas diferentes

Gosto tanto de escrever como de desenhar. Às vezes mais um, outras vezes mais outro. Escrevendo, comento os processos q me levam a fazer os desenhos. Com os desenhos, gero material para escrever. E assim segue o ciclo.

Por mais q eu tente, não consigo ainda ter um estilo único. Claro q os caminhos gráficos q escolho possuem coisas em comum, mas é como se me “cansasse” de determinada linguagem ou acabamento por um tempo e acabasse partindo para outra linha, dependendo do meu humor, da vontade, da necessidade ou ainda dependendo da mensagem q quero passar.

Recentemente tive uma ideia para um cartum. Chamo cartum a um desenho cuja poesia é a marca registrada do trabalho. O resultado segue abaixo (comento mais sobre ele ao final do post).

Pinóquio

O desenho tem uma importância secundária. Por vezes, o desenho pode chamar mais atenção q a mensagem. Aí eu acho q o objetivo se perde um pouco.

Para a ideia q tive, surgiu a dúvida sobre qual caminho tomar. Então comecei a rabiscar sem compromisso, como um exercício para “soltar a mão”. O resultado foi uma série de desenhos em q, pelo menos, consegui definir a composição, mas o traço ainda era uma incógnita. Tudo ainda lembrava algo com um “design” muito tradicional. Havia estilização, mas não me agradou.

pinoquio_rasc

Então resolvi “contar” a piada usando algumas linguagens. Trabalhando sobre a composição definida, tentei um caminho mais “rústico”, sem muita preocupação com arte-final, uma espécie de “rascunho mais bem acabado”.

pinoquio01

Numa segunda tentativa, usei alguns dos rascunhos iniciais e o resultado foi algo mais “clássico”, com uma preocupação demasiada sobre a arte-final. Achei mais com cara de “ilustração”. Curti o resultado, mas não era o que eu queria para um cartum. Nem colori, pois sabia q esta não era a saída.

pinoquio03

Por fim, e após mais e mais outros rascunhos, optei pelo caminho mais “poético”, com uma estilização baseada na geometrização dos personagens. Também apostei numa paleta de cores bem limitada, procurando criar áreas de interesse e atração do olhar para a “piada”.

Confesso q poderia ter ido direto para a terceira alternativa, mas precisava “cansar” as outras. Isso nem sempre acontece. Há momentos em q tudo ocorre mais rápido, sem tanta elaboração, mas esta foi uma situação em q, para valorizar a mensagem, eu precisava da linguagem “certa”… pelo menos para mim.

Contando a mesma piada de formas diferentes